Nação dopamina - Resenha crítica - Anna Lembke
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Nação dopamina - resenha crítica

Nação dopamina Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Autoajuda & Motivação

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-65-86551-71-6

Editora: Vestígio

Resenha crítica

Nossas máquinas masturbatórias

O mundo saiu da categoria da escassez para a da abundância. Há drogas, comidas, redes sociais e infinitas outras fontes de dopamina fácil. O problema é que a dopamina mexe com o sistema de recompensa do cérebro e se torna viciante. 

A neurociência ainda descobriu que o prazer e o sofrimento são processados na mesma região do cérebro. Por isso, atuam como dois lados de uma balança. Anna Lembke defende que precisamos achar o equilíbrio entre essas duas forças. O consumo desenfreado se tornou a razão de nossas vidas. 

A autora apresenta pacientes seus apegados ao excesso de dopamina. É o caso de Jacob, que foi ao consultório para lidar com seu vício em masturbação. O paciente criou uma “máquina masturbatória” adaptando um toca discos com uma mola para se masturbar. A autora enfatiza que todos temos máquinas masturbatória metafóricas. 

Ela própria se viciou na dopamina oferecida por romances eróticos e o hábito de leitura compulsivo a privou da interação familiar. Esses são exemplos de adicção, o consumo compulsivo que, por exemplo, vai do videogame aos romances eróticos. 

No mundo, a maior parte das mortes tem relação com fatores comportamentais, como fumar e também como não fazer dieta. As taxas de adicção estão subindo. O hiperconsumo compulsivo também representa um risco ecológico para o planeta. A espécie humana está se devorando. 

Fugindo do sofrimento

David, outro paciente de Anna Lembke, sofria de ansiedade e se viciou nos medicamentos. O paciente encontrou formas de conseguir mais anfetaminas ao conversar com assistentes de seu antigo psiquiatra e fingir que houve problemas na remessa da farmácia. 

O vício de David se estendeu e se transformou em ideações suicidas. O paciente foi internado na área psiquiátrica de um hospital até diminuir seu vício em estimulantes. Para a autora, todos nós temos algo de David e fazemos algo para esconder o sofrimento interior. 

Isso vai desde se dedicar a romances baratos até maratonar filmes e séries na Netflix. Embora gere um alívio imediato, isso piora o sofrimento a longo prazo. A autora lembra que as estatísticas de felicidade estão caindo no mundo e a tendência é predominante nos países desenvolvidos, em que o acesso aos estímulos de dopamina é mais fácil. 

Problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade, também estão cada vez mais em alta. A autora nota que a sociedade tem uma obsessão pela felicidade e uma rejeição a qualquer tipo de sofrimento. 

Inúmeros livros de autoajuda se popularizam, enquanto os filhos são superprotegidos para que não se exponham ao mínimo de sofrimento. Isso nos faz desenvolver a intolerância a formas menores de desconforto. Afinal, para a autora, parte da razão da infelicidade contemporânea está justamente na busca para suprimi-la. 

O equilíbrio prazer-sofrimento

A neurociência trouxe luz para entender os processos de gratificação humanos. A dopamina é o principal neurotransmissor responsável pela busca da gratificação que origina os vícios. 

O potencial adictivo de uma droga, por exemplo, é avaliado pelo nível de dopamina que desperta no cérebro. Os neurocientistas também descobriram que prazer e sofrimento são colocalizados. Isso significa que funcionam na mesma parte do cérebro e operam como uma balança. 

Se ela se inclina para o prazer, os mecanismos de regulação do cérebro atuam para nivelá-la e mantê-la em equilíbrio. A ciência também mostra que o prazer tem um preço. O sofrimento provocado pela ausência do estímulo de dopamina costuma ser mais forte do que o prazer em si. 

A tolerância à dor tende a diminuir com a exposição repetitiva e prolongada ao vício. Quando essa exposição à dopamina eleva esse ajuste neural, nos tornamos mais insatisfeitos com o que temos e mais ansiosos para mais gratificação. A régua fica mais alta e passamos a exigir mais recompensas para conseguir prazer. 

A grande questão passa a ser como se manter sóbrio em um mundo saturado de recompensas. Para a autora, a resposta está nos dependentes. Afinal, são os que travam as batalhas mais difíceis para vencer os vícios. 

Jejum de dopamina

Anna Lembke desenvolveu uma estrutura para conversar com os pacientes, que apelidou de “DOPAMINE”. Essa estrutura é colocada em prática seguindo uma ordem e cada letra tem um significado.

  • “D” quer dizer “dados”. Nessa etapa, a autora reúne as informações sobre o vício do paciente.
  • “O” quer dizer “objetivos”. Aqui, a psicóloga entende a lógica da pessoa por trás do consumo, seu “porquê”. 
  • “P” quer dizer “problemas”. A autora confere as consequências negativas do vício. 
  • “A” quer dizer “abstinência”. Ao passar um tempo sem alimentar o vício, é possível começar a reconfigurar o circuito de recompensa do cérebro. 
  • “M” quer dizer “mindfulness”, o estado de observação de si sem julgamentos, útil durante a abstinência. 
  • “I” quer dizer “insight”. Com a abstinência, temos um insight de como nos comportamos na ausência do estímulo e temos uma dimensão real do vício. 
  • “N” quer dizer “novos passos”. Nesse caso, Anna Lembke explora o que fazer depois do período de abstinência. Assim, ponderando com o paciente sobre o não uso ou o uso moderado e sem riscos. 
  • “E” quer dizer experimento. Aqui, a abstinência ou o uso moderado são experimentados de acordo com um plano. 

Mesmo com a estrutura, Anne menciona que alguns vícios não podem ser completamente cortados por estarem completamente integrados à nossa vida. É o caso do smartphone e da comida. Nesse caso, a moderação pode ser uma resposta. 

Espaço, tempo e significado

Já passamos da metade deste microbook e a autora conta sobre o autocomprometimento, a criação de barreiras entre o viciado e o estímulo viciante. Quando Jacob, o paciente de Anna Lembke viciado em masturbação, jogou sua máquina masturbatória no lixo, deu um exemplo de autocomprometimento.

Para um alcoólatra, o autocomprometimento pode aparecer ao remover todo álcool da casa. Esses são exemplos de autocomprometimento físico, quando criamos barreiras entre nós e o estímulo. Um segundo tipo de autocomprometimento é o cronológico, em que prazos e metas são usados. 

Por exemplo, restringindo o consumo da droga de escolha em certos horários. Consumir açúcar, álcool ou redes sociais apenas nos fins de semana restringe a janela de consumo. O autocomprometimento categórico é o outro tipo. Nele, a dopamina é dividida entre a que podemos consumir e a que não podemos. 

Dietas que restringem apenas alguns grupos alimentares são exemplos de cortes categóricos. Mas há a ressalva de que o autocomprometimento categórico pode ser driblado pelo mercado. Segundo a autora, os cigarros passaram a ser apresentados na roupagem dos eletrônicos, a heroína apareceu mascarada como oxicodona e a maconha virou medicinal.

A “economia da dopamina” está sempre pronta para vender a velha droga com um novo disfarce. Ainda assim, o autocomprometimento pode ajudar a recuperar a dignidade e trazer o senso de liberdade e controle da própria vida. 

Uma balança quebrada?

Outro forma de dopamina em excesso é representada por Chris, um paciente usuário de drogas. Chris conseguiu vencer o vício graças ao uso de medicamentos psiquiátricos como os opióides. Mas isso gerou uma consequência sombria, com o paciente se viciando nos próprios medicamentos. 

A autora deixa claro que qualquer droga que leve a balança para o lado do prazer tem potencial de dependência. O problema piora ao considerar que as evidências científicas para o uso de psicotrópicos não são sólidas. Isso é principalmente verdadeiro para o consumo de longo prazo. 

Os sintomas de problemas de saúde mental não diminuíram nos países desenvolvidos, mesmo com o aumento no financiamento de remédios. Alguns medicamentos ainda fazem com que os pacientes percam parte do que torna suas personalidades únicas. 

Por exemplo, quando perdem a capacidade de experimentar emoções fortes, como o maravilhamento ou o luto. Parte do problema está no sobrediagnóstico de medicamentos psiquiátricos. Sua receita é mais comum em pessoas pobres, o que faz com que a autora veja os opióides como uma forma de negligência estrutural. 

Os pacientes são diagnosticados para que tenham seu sofrimento mascarado. Embora os medicamentos sejam uma forma autêntica de salvar vidas, medicar qualquer sofrimento humano tem seu custo. Para a autora, aceitar o sofrimento é um caminho mais saudável. 

Pressionando o lado do sofrimento

Michael, um paciente viciado em cocaína, descobriu a cura para o vício em algo mais inusitado. O paciente se viciou em tomar banho em água fria. Seu exemplo mostra quando a balança dos neurotransmissores pende para o lado contrário e compensa a dor com o prazer.

Para a autora, isso é explicado pelo fato de que algumas pessoas expostas a um nível muito grande de sofrimento experimentam “ataques de alegria”. A autora usa como exemplo um caso publicado pela cardiologista Helen Taussig sobre um paciente que foi atingido por um raio e sobreviveu. 

Ao chegar ao hospital, ele entrou em um estado de euforia, como se o cérebro compensasse a dor provocada pela carga elétrica. Outro exemplo é a “euforia do corredor”, que surge depois da realização de exercícios físicos. 

Existe até um ramo da ciência dedicado a entender os estímulos dolorosos, chamado de “hormese”. Os exercícios físicos, embora envolvam dor, são extremamente benéficos para a saúde. A atividade tem um efeito mais profundo e contínuo no humor do que qualquer medicamento. 

Mas a autora alerta que estímulos dolorosos também podem ser viciantes graças à sensação posterior de prazer. Por isso, também corremos o risco de nos entregarmos a um hiperconsumo destrutivo. A resposta está no consumo da quantidade certa. 

Honestidade radical

As religiões e os códigos de ética costumam ter a honestidade como base. Os pacientes bem-sucedidos de Anna Lembke dizem que falar a verdade fez diferença na recuperação de sua saúde mental. 

Isso fez com que a autora ficasse convencida de que a honestidade radical é útil para minimizar o hiperconsumo compulsivo e faz parte do cerne de uma boa vida. Ainda assim, ser verdadeiro também pode ser uma experiência dolorosa. Isso faz com que desenvolvamos a capacidade de mentir desde a infância. 

A honestidade radical é a ideia de ser verdadeiro sobre qualquer tema, independentemente de sua importância. Isso conta porque ganhamos domínio sobre uma experiência ao compartilhá-la. Além de trazer mais consciência sobre as próprias ações, a ideia aproxima as conexões humanas e incentiva uma verdadeira autobiografia. 

A verdade é contagiosa e ajuda a evitar futuros vícios. A honestidade ainda melhora nossa capacidade de adiar a recompensa e nos faz responsáveis por narrativas mais autênticas. Ainda assim, ser honesto é uma batalha diária. 

Sempre existe uma parcela de nós que quer enfeitar as histórias ou inventar desculpas. Embora seja difícil, a honestidade está ao nosso alcance. Para a autora, ela não só tem potencial para mudar uma vida, mas para fazer a diferença no mundo. 

Vergonha pró-social

Sentir vergonha só é algo destrutivo se isso gerar rejeição ou condenação. Mas, se promover acolhimento orientado à recuperação, essa vergonha se torna “pró-social”. É um fenômeno que acontece em programas como os Alcoólicos Anônimos, explorando o lado útil da confissão pública do problema. 

A vergonha pró-social corta as bordas do narcisismo e ameniza as tendências adictivas. Ainda assim, todos desejam uma pausa do mundo de vez em quando e isso torna os estímulos sedutores. Álcool, mídias sociais, sexo, fast foods e romances de vampiros são só alguns exemplos. Por isso, a autora revela suas lições do equilíbrio em algumas etapas. 

  • A obsessão pela felicidade e por fugir de qualquer desconforto leva ao sofrimento. 
  • O início da recuperação é a abstinência, capaz de reconfigurar o modelo de gratificação do cérebro e trazer alegria com prazeres simples. 
  • O autocomprometimento cria espaço entre o estímulo e o consumo e é uma necessidade para lidar com a saturação de dopamina. 
  • Medicamentos são importantes, mas eliminar o sofrimento com remédios tem seu custo. 
  • Às vezes, pender a balança para o sofrimento leva a uma compensação na forma de prazer. Isso faz com que a dor também gere dependência. 
  • A honestidade radical melhora a conscientização e aproxima os vínculos, enquanto a vergonha pró-social nos lembra de que somos humanos. 
  • É melhor mergulhar no mundo do que fugir dele. 

Notas finais

O prazer é bom, mas seu excesso gera vícios, descontrole e sofrimento. Anna Lembke faz a ousada proposta de nos afastarmos daquilo que promove dopamina em excesso para recuperarmos o controle de nossas vidas, nos tornarmos realmente livres, termos uma experiência emocional mais rica e aceitarmos viver em um mundo com a presença do sofrimento.

Dica do 12min

O mundo da dopamina é sedutor, mas existem questões psicológicas complexas que vão além disso. No microbook “Talvez você deva conversar com alguém”, Lori Gottlieb explora as profundezas da psique humana por meio de vários pacientes e por sua própria história. Confira aqui.

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Quem escreveu o livro?

Anna Lembke é psicoterapeuta, psiquiatra especialista em vícios, dá aula de psiquiatria na Stanford University School of Medicine e tem public... (Leia mais)

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